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domingo, 5 de setembro de 2010

POÉTICAS CONTEMPORÂNEAS

POÉTICAS CONTEMPORÂNEAS - PRODUÇÃO DE IMAGEM


PROTEJA-ME DO QUE EU DESEJO – Jenny Holzer (1950)
Obra na qual me inspirei para criar a imagem a seguir:
Título: OLHA-ME DE UM JEITO NOVO, ANTONIALUZ.


Pensei esta imagem fundamentada na arte conceitual de Jenny Holzer que nos convida a pensar com suas intervenções educativas na cidade a partir de frases de efeito como a sua obra: PROTECT ME FROM WHAT I WANT. Assim também, amparada nos princípios da Carta das Cidades Educadoras, “O direito a uma cidade educadora deve ser uma garantia relevante dos princípios de igualdade entre todas as pessoas, de justiça social e de equilíbrio territorial”. Com ênfase nos tópicos: 1- item quatro; 2- itens nove, dez, onze; 3- dezesseis.

Um pouco de como foi o processo de criação

Selecionei gravuras de revistas que fossem pertinentes ao tema tratado e distribuí-as sem colar, sobre um painel de Eucatex (descartado à porta de um escritório que havia, dias antes, recolhido para este fim). Parecia ser a propaganda de algum empreendimento imobiliário, pois nele havia ao fundo, uma imensa planície com vegetação rasteira. Em primeiro plano, a imagem de uma mulher de olhos fechados (cujo espaço preenchi com gravuras adequadas ao tema tratado), havia também a palavra liberdade (da qual utilizei as duas últimas sílabas para compor com canetas hidrocor a mensagem: Desigual dade e/ou desigual CI dade). Trabalhei a imagem no PhotoScape e no Picasa depois fotografei.

Esta proposta visual surgiu não antes de muita inquietação, pesquisa de campo e leituras, estudos de vários temas e técnicas. Após experimentações com materiais diversos, esta foi a forma que escolhi para tentar mover os treinados olhares da cidade para a sua outra face! Tentar educar esses olhares que, geralmente, buscam nos outdoors o que e onde consumir ou lucrar mais.

Uma espécie de convite à reflexão sobre o lado perverso do capitalismo e a inversão de valores que assola a sociedade. Em que as pessoas valem menos que a mercadoria. Seja pelo descaso do poder público, seja pela indiferença, exclusão e individualismo da parte da sociedade em geral, para com grande parte da população que, despida de um mínimo de dignidade humana e afeto é alijada, como se não fizesse parte do mesmo tecido social. Estão aí, diante de nossos olhos! Mas olhar incomoda!

Enquanto sociedade participante do “desenvolvimento” de uma grande cidade como Goiânia, como cidadãos temos o dever de defender os sem voz e lutar por igualdade, pois conforme a revista Cidades p.10, apesar de reconhecida como uma das capitais brasileiras com maior qualidade de vida ela lidera o ranking da concentração de renda no país.

É tanta ganância e corrida por mais poder, por mais lucro, por superficialidades que, na mesma proporção, irresponsavelmente, se exclui, segrega e ignora o outro. Quantos danos a sociedade desta frenética cidade, com seus desejos e buscas insaciáveis, tem causado aos nossos semelhantes? Incomparáveis!

Encarar no dia-a-dia, os resultados danosos que a exclusão e a indiferença têm causado em tanta gente sejam eles a miséria, indigência, negligencia médica ou falta de acesso à formação e informação; chamar a atenção do poder público exigindo equidade social e ver, com olhos mais humanos, os nossos semelhantes menos favorecidos é o mínimo que podemos fazer! Seguir tentando reparar os estragos da nossa omissão e irresponsabilidade.
Que saibamos reconhecer as diferenças sim, mas aceitar a desigualdade não. Então fica assim, te convido a olhar a cidade de um jeito novo!
Antonia Luz

http://bijari.com.br/blog/?p=666

http://ead.fav.ufg.br/file.php/1439/Cartadascidadeseducadoras.pdf

http://mechanismm.com/blog/?p=59

Módulo 7 EAD/FAV/UFG, 2010.

Revista cidades. Goiânia: ano IV, 48 ed; março 2010.

WWW.revistacidades.com.br




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