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sábado, 13 de novembro de 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE ARTES VISUAIS
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS UAB I/ EAD/PÓLO AP. DE GOIÂNIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA ARTE
PROFESSORA: LAURA BOLETTI
ACADÊMICA: ANTONIA LUZ DE FREITAS LIMA


O texto Criatividade nas Artes Plásticas (Módulo 7, unidade - 1, p 125 deste curso), cita Faiga Ostrower, Arnold Hauser e Hannah Arendt. A primeira em seus comentários na obra criatividade e processos de criação critica a desvinculação da arte à idéia de trabalho. O texto também assinala para a desconstrução de pressupostos sobre as relações entre arte e criatividade ensejando redimensionamento pelos parâmetros do campo das Artes Visuais.
O prestígio da obra de arte e a valorização do trabalho do artista mudam conforme a sociedade e o tempo, conforme os fatores contextuais sócio/histórico/ culturais. Arnold Hauser (1973) citado aqui reflete o seguinte: se no paleolítico a arte tinha um caráter mágico, exercida por uma entidade especializada, no neolítico a atividade artística se democratiza, ou seja, ela é disseminada na comunidade nos intervalos laborais de seus membros, o que é recorrente em muitas das sociedades primitivas do nosso tempo.
Na arte japonesa tradicional, por exemplo, a caligrafia e a pintura de motivos naturais eram de concepções religiosas e filosóficas, exercidas por artistas altamente espiritualizados e no Egito antigo, anônimos com relação à autoria de suas obras, o que vai prevalecer até a Idade Média. Contudo, iniciam-se e desenvolvem-se as corporações de ofício. Frutos de forças político/econômicas do trabalho.
Se a sociedade moderna ocidental renascentista imprimiu ao artista, o papel de gênio criativo divinizado ao mesmo tempo em que há o resgate da tradição clássica greco-romana, que por sua vez, enquadrava as artes visuais somente na categoria dos trabalhos manuais, servis. Esse novo conceito de artista é fruto da idéia produtivista do capitalismo.
Ao destacar o conceito de trabalho em suas relações com o campo da arte. Arendt vincula o labor às atividades do homem para a própria sobrevivência, animal laborans numa espécie de circuito fechado. Já o trabalho, conforme a autora edifica o mundo produz nele utilidades, belezas enfim cultura. A objetividade do homo faber com suas invenções de objetos em interação com a natureza.
E a ação, a mais efêmera das atividades aqui citadas. Nela estão, de acordo com arendt, a pluralidade humana, a esfera da política, das interações sociais, os objetos fabricados pelo trabalho enfim em sua relação com o trabalho, a autora conceitua o mundo como construção cultural através da arte na representação do modo de vida de um povo, pela utilidade e durabilidade dos utensílios, ferramentas, edificações.
De acordo com o pensamento de Arendt há na sociedade ocidental, da antiguidade clássica à contemporaneidade, uma paulatina degradação da atividade política. A “transformação do gênio em ídolo encerra a mesma degradação humana que os demais princípios reinantes na sociedade comercial”. De acordo com os críticos de Frankfurt são a alienação e a massificação do ser humano.
Em suma, a mercadoria tem mais valor do o homem cuja moeda de troca é sua força de trabalho onde o gênio é transformado em ídolo dado à sua capacidade de fabricar, fabricar sem que, necessariamente, lance mão da criatividade. Enquanto na mesma medida deixa-se para o campo das artes o papel da imaginária criatividade, por isto a arte “permanece submersa num mar de subjetivismo” (Ostrower, 1883). Haja vista a efemeridade da arte contemporânea.

Diante do exposto fica o questionamento: por que agimos hoje? Porque tanta pressa se utilizamos quase vinte e quatro horas do dia laborando defendendo ,praticamente, o nosso sustento diário como meros operários. Onde está o nosso espaço de trabalhador artista? ). Diante da efemeridade da arte contemporânea. Como promover ações de desenvolvimento que enriqueçam a dimensão humana?

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